segunda-feira, 21 de junho de 2010

Lingüiça de Formiga por Silvestre Gorgulho


Minas é assim: cheia cores, amores e sabores. As cores das Minas estão nas pedras, no ouro, na arte, nos mananciais, nas montanhas e no barroco. Os amores são muitos: Marília de Dirceu, Bárbara Bela, Chica da Silva e dona Bêja. Já sabores, têm para todos os gostos: pé-de-moleque de Piranguinho, queijo da Canastra, torresmo e tropeiro do Serro da dona Lucinha, cachaça de Salinas e lingüiça... bem lingüiça tem que ser de Formiga.
Apesar de mineiro, a linguiça de Formiga me foi apresentada, em Brasília, pelo professor de sociologia, hoje empresário Jorge Ferreira. Jorjão, também mineiro de Cruzília, no Sul de Minas, deixou as salas de aula e até o movimento sindicalista para entrar no mundo dos bares e restaurantes. Só em Brasília tem meia dúzia deles, capitaneado pelo tradicional Feitiço Mineiro, na Asa Norte. Chegou a aventurar-se até pelo setor editorial. Por dois anos publicou uma revista bem lida e que teve destaque cultural em Brasília, chamada Tira-Prosa. Antes da Tira-Prosa, Jorjão escreveu com mais quatro amigos – todos pescadores e mentirosos - o livro "Serra, Mar e Bar - Causos de Minas" com edição esgotada.

Verdade ou mentira, de tanto pescar, Jorgão acabou amigo de vários pescadores. Um deles é simplesmente o primeiro companheiro Luiz Inácio Lula da Silva. Mais: joga no time de Lula nas, hoje esporádicas, peladas de sábado no Palácio da Alvorada. E sempre que comparece, o sociólogo e empresário dos bares de Brasília, Jorge Ferreira, não esquece os quatro quilos de lingüiça que serve de tira-gosto depois do futebol. Nem precisa dizer que é uma lingüiça muito especial, disputada em campo e nas "arquibancadas". Que o Presidente Lula a-do-ra! De onde, a linguiça? De Formiga, sô!

silvestre@gorgulho.com
http://www.gorgulho.com/

Tradição que pede criatividade

Feijoada bem suculenta pede paio. Em Formiga, a 196 quilômetros de Belo Horizonte, José Orlando da Silva, da área de produção dos Defumados Formiga, beira a perfeição no preparo, depois de anos de muita observação, prática e alguns cursos. E, claro, testando sempre os sabores da carne de porco. Uma das partes mais importantes de todo o processo está na escolha da matéria-prima, que chega de uma granja da própria cidade. “Saber a procedência é fundamental para o bom resultado”, explica. Enquanto prepara a iguaria, que se transforma nos gomos de vermelho vivo, à semelhança de uma ferradura, José Orlando diz que o paio pode ser feito em casa, mesmo que não haja uma estufa industrial. Como para tudo tem jeito, e criatividade é peça-chave na cozinha, a dica é usar um tambor, colocar carvão ou serragem, atear fogo e pendurar os embutidos por aproximadamente três horas. Depois de tudo pronto, pode-se ainda passar um preparado contra mofo. Na viagem, além de levar o paio, reserve espaço na sacola para lombo defumado, lagarto, pernil, lingüiça calabresa e outros.



Ingredientes:
• 8 kg de carne de porco, magra (pernil dianteiro)
• 2 kg de toucinho, papada ou outra carne gorda
• 200 g de sal
• 30 g de sal de cura (conservante)
• 15 g de pimenta-do-reino moída
• 10 g de glutamato monossódico
• 1 copo de vinho tinto seco
• 20 g de alho socado

Material: tripa de porco ou de vaca, calibre 38, e barbante

Como fazer
Moer toda a carne, usando um disco grosso de 18 milímetros, e colocá-la numa bacia, gamela ou sobre uma superfície lisa. Despejar o vinho e, depois, o restante dos ingredientes, misturando bem com as mãos. Com o auxílio de um funil, embutir a carne na tripa e fazer os gomos, do tamanho de uma ferradura. Usar barbante para amarrar as extremidades. Pendurar numa estufa a gás, lenha ou serragem. Quem não tiver esse aparelho, pode fazer um de forma simples. Basta pegar um tambor, colocar carvão ou serragem no fundo e acender – temperatura de 70 a 80 graus –, e pendurar o paio em espetos. Tampar o tambor por até três horas. Depois de frio, pode-se passar um verniz antimofo no paio. Rende dez quilos.

Receita fornecida por José Orlando Silva, de Formiga

Reinvenção do sabor

A viagem pela gastronomia do Centro-Oeste não poderia estar mais produtiva. E feliz. Há uma profusão de iguarias, criatividade e hospitalidade. De um produto conhecido há séculos, as cozinheiras são capazes de fazer maravilhas, com ótimas combinações de sabor e temperos. Em Formiga, a 196 quilômetros de Belo Horizonte, o restaurante Hora do Almoço, na Rua Barão de Piumhi, 111, Centro, apresenta como uma das estrelas do cardápio a lingüiça de lombo com medalhões de batata. Na casa ampla, bem-montada, de decoração elegante, a proprietária, a nutricionista Denise Fonseca, mostra o seu gosto pela boa mesa e pelas invenções culinárias. É ver para crer. Enroladas em bacon, as batatas douradas são par perfeito para a carne suína pura, que abre o apetite dos viajantes só de olhar. Agradecida pelos elogios, Denise conta que aprendeu muito com a mãe, Laíde, uma simpática senhora que a ajuda no atendimento do restaurante e guarda uma boa receita, como veremos nas próximas páginas. Depois da conversa boa, torna-se oportuno seguir à risca o nome da casa e aproveitar o momento. Meio-dia, barriga vazia, hora do almoço. À mesa, todos se esbaldam com o prato, esperando com ansiedade a sobremesa preparada por dona Laíde.




Ingredientes:
• 2 kg de lingüiça de lombo, inteira
• 2 kg de batata de tamanho médio
• 200 g de bacon fatiado
• Meia xícara (chá) de azeite
• 1 colher (sobremesa) de sal
• Folhas de alface e repolho (para enfeitar)

Como fazer Lingüiça com medalhão de batatas
Cozinhar as batatas al dente e descascá-las. Passar no azeite e no sal. Enrolar o bacon em cada batata e levar ao forno quente, durante 10 minutos, para gratinar. Fritar a lingüiça inteira, em gordura quente, colocar numa travessa enfeitada com folhas de alface e repolho, cobrindo com as batatas.

Receita fornecida por Denise Fonseca, de Formiga: (37) 3321-3245

Escolas Municipais promovem festas juninas para escolher atrações do São João das Formigas


Este ano, será a 5ª edição do São João das Formigas. Todas as escolas da rede municipal vão participar e promover o evento. Cada instituição de ensino, a partir do dia 10 de junho, promoverá sua festa junina, de maneira que envolva toda a comunidade. Porém, todas seguirão a tradição com ênfase na cultura popular, a fim de resgatar e preservar as atividades típicas como quadrilhas, decoração, danças e comidas. Alunos, professores, direção, funcionários, pais e comunidade estarão envolvidos na preparação do evento.

A culminância do evento será com uma grande festa, em local ainda não definido, com a apresentação de duas atrações de cada Escolas Municipais e Centros de Educação Infantil. De acordo com Ivar Salviano, além destas atrações será montado um cenário voltado para a cultura junina como fogueira, bandeirinhas e barracas com comidas típicas. “A praça de alimentação ficará com as mesmas entidades que participaram do Festival da Linguiça”, disse. Haverá ainda um show com a dupla João Marcos e Felipe e de outros artistas locais que ainda não confirmaram a presença.

A idéia de reunir a cidade em uma grande festa junina foi do Prefeito Municipal.”Nossa cultura, nossa culinária, a beleza e a criatividade do nosso povo são para nós motivo de orgulho. Uma festa como essa tem o poder de resgatar a tradição e de promover o encontro das pessoas que formam a nossa comunidade. É uma festa simples, da qual gostam e podem participar”, definiu o prefeito.

Confira a programação das festas juninas nas escolas:

Linguiça com geléia de pimenta


Deliciosa e condimentada lingüiça de Formiga, MG, acompanhada com geléia de pimenta.

R$ 19,90

Patuá
QI 11 Deck Brasil
Lago Sul
(61) 3248-7231
http://www.patua.com.br/

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Boteco, para ir com os amigos Armazém do Ferreira

SCLN 202, bloco A, loja 7/57,
Asa Norte - - (61) 3327-8342


O Armazém do Ferreira fica na esquina mais carioca de Brasília. O bar lembra os botequins do Rio de Janeiro da década de 50. O bar conta com três ambientes, espaço amplo e um cardápio bem variado.

No menu, mais de 40 petiscos diferentes. Há também a opção de mesa de frios com petiscos variados por quilo, rodadas de quibe, empadas e minissanduíches a cada meia hora.

Os petiscos que mais saem são a lingüiça de formiga e a calabresa com ervas finas ou apimentada. Aos sábados, a casa serve feijoada a partir das 12h.

O Armazém do Ferreira oferece diversas opções de chope. O cliente escolhe a marca e a cremosidade.

De Minas para o mundo

Campeã de pedidos nos restaurantes mineiros do df, a lingüicinha de Formiga chega à tevê


Jorge Cardoso
Para acompanhar o chope, a porção de lingüïça é uma das pedidas

Comida mineira em Brasília já deixou de ser moda para virar hábito. Em praticamente todos os restaurantes da cidade é difícil encontrar alguém que recuse os quitutes de Minas. Mas agora, graças à personagem de Zezé Polessa em Agora é que são Elas, a nova novela das seis na Rede Globo, um prato tipicamente mineiro estará em breve, literalmente, na boca de todo o povo brasileiro: a lingüiça de Formiga.

A exuberante Tintim é dona do Garota de Formiga, o point da cidade, onde é servida a lingüicinha de Formiga, cuja receita secreta a personagem guarda a sete chaves. O prato em si não traz nenhuma inovação, mas a presença dele na novela pode torná-lo atração principal em restaurantes de todo o país. Mais fininha e apimentada que a lingüiça normal, a lingüicinha de Formiga surgiu na cidade mineira de mesmo nome e, reza a lenda, somente a iguaria feita lá é a tradicional. Com o tempo, o prato passou a ser conhecido como lingüicinha mineira e nem sempre é feito em Formiga.

A lingüiça é um prato típico de origem portuguesa, que surgiu diante da necessidade de se aproveitar todas as partes do porco, para não haver desperdício. A tradicional, conhecida como ‘‘pura’’, é de porco, feita com carne moída. Mas já existem as mistas, com carne bovina, e até as de frango. A principal diferença entre elas e a lingüicinha de Formiga está no processo de produção. O fato de ser menor do que as tradicionais exige um processo mais artesanal e cuidadoso, o que aumenta um pouco o preço do prato. Mas o sabor diferenciado e as diversas opções de uso na culinária conquistam todo mundo.

No Distrito Federal, diversos bares e restaurantes já oferecem a lingüiça , tanto nos bufês quanto em porções separadas. Segundo o sociólogo Jorge Ferreira, proprietário de quatro estabelecimentos que oferecem o prato na cidade, a lingüiça é um prato universal e a novela acabará divulgando ainda mais a culinária mineira. Todo mundo come lingüiça no Brasil, é que nem pão de queijo e tutu, todo mundo gosta. Mas a novela vai fazer com que as pessoas procurem mais, com certeza’’, acredita.

O melhor para petiscar

Revista Veja-23/04/2008-Edição dos Melhores Bares de Brasília

Bar Brasília

Lingüiça de Formiga (MG) e chope cremoso: combinação perfeita

Mineiro da cidade de Cruzília e fã declarado dos botequins cariocas, o empresário Jorge Ferreira abriu seis anos atrás essa casa sob a inspiração dos bares dos anos 20 aos 50 – não só os do Rio, é verdade. A decoração traz, por exemplo, preciosidades como a estante que pertenceu a uma farmácia da cidade paulista de Agudos datada de 1928, o lustre que pertenceu ao primeiro prédio do Banco do Brasil em São Paulo, além de fotos e painéis que prestigiam a história da capital do país. Eleito pelo júri de VEJA Brasília como o bar com o melhor chope e o melhor petisco do Distrito Federal, soma agora catorze prêmios nos sete anos em que a edição é publicada. Todo o sucesso se deve ao cuidado dedicado ao chope para que chegue "trincando" à mesa do cliente. O processo começa no transporte. Um caminhão com sistema de refrigeração transporta os barris, que descansam em uma câmara fria a 6 graus. Antes de ser servida, a bebida passa por uma serpentina de 185 metros e cai na imensa chopeira coberta por uma capa de gelo. As tulipas de cristal são feitas sob encomenda e chegam até o cliente com 3 centímetros de colarinho a uma temperatura de 3 graus. Para acompanhar o chope, a dica é pedir a porção mais famosa: a lingüiça que vem da cidade mineira de Formiga, acompanhada de cebola e pão feito na cozinha da casa. Outra opção é a porção de bolinho de aipim com camarão. Desde o início de 2008, o bar serve pratos no almoço de quarta a domingo. Cada dia da semana traz um menu diferente. Às quintas, por exemplo, a sugestão é o ossobuco com polenta; sextas e sábados são dedicados ao bufê de feijoada.

506 Sul, bloco A, loja 15, (61) 3443-4323. 17h30/2h (qua. a dom. a partir das 11h30). Cc.: D, M, V e A. Cd.: M, R e V. Cr.: V. (25% do valor do vinho correspondente na carta) Aberto em 2002.

O melhor chope

Revista Veja-22/04/2009-Edição os Melhores Bares de Brasília

Bar Brasília

Na tulipa de vidro fino: R$ 4,59

Para chegar à mesa do cliente, o melhor chope (Brahma, R$ 4,59) passa por um ritual que não admite descuidos ou sacrilégios. Horas depois de deixarem a fábrica, no interior de Goiás, os barris são transportados ao bar em um caminhão refrigerado. Em uma câmara fria, a 6 graus, vão descansar até o momento de ser conectados à chopeira. A bebida, então, passará por uma serpentina de 180 metros de extensão. Pronto: o líquido dourado sairá da torneira para a tulipa de vidro fino a 3 graus, sob um creme denso, de 3 centímetros de espessura.


Para acompanhar, não faltam tira-gostos – e dos bons. A maçã de peito bovino é um corte que fica marinando por dois dias antes de ser cozido (R$ 21,90). A famosa linguiça da cidade mineira de Formiga vem acompanhada de cebola e pão (R$ 19,50). Na hora do almoço, traz às quartas e quintas o filé à francesa (R$ 18,90), entre outros pratos. Sextas e sábados são dedicados ao bufê de feijoada (R$ 30,70); aos domingos, cozidão (carnes variadas escoltadas por arroz, pirão de carne e verdura, R$ 28,50). A decoração tem história. Abriga lustres que pertenceram a uma antiga sede do Banco do Brasil em São Paulo e prateleiras de uma farmácia de 1928. Nas paredes, a construção de Brasília está exposta em fotos. O logotipo foi desenhado pelo cartunista Ziraldo: três taças, que fazem referência ao Palácio da Alvorada.

506 Sul, bloco A, loja 15-A, Asa Sul, 3443-4323. 17h30/2h (qua. a dom. a partir das 11h30). Cc.: A, D, M e V. Cd.: M, R e V. Cr.: T e V. T.: T. (valor variável) Aberto em 2002.

Jorge Ferreira, sociologia nos bares

Jorge Ferreira, da sala de aula para os bares da vida

O empresário Jorge Ferreira, mais conhecido como Jorjão, trucou para a sorte e hoje sabe tudo de comportamento humano. Teoria e prática. Jorjão foi professor de Sociologia na PUC-Brasília, diretor do Sindicato de Professores do DF e chegou até a editar uma revista por dois anos, a Tira-Prosa, um almanaque cultural de primeira qualidade.

Em 1987, Jorjão - de zape em punho - saiu largou as teorias: trucou para a vida acadêmica, pulou o balcão e, com um primo, abriu seu primeiro restaurante, o Gordeixo. Dois anos depois abriu seu segundo restaurante, o Feitiço Mineiro – um sucesso cultural e gastronômico em Brasília, pentacampeão em prêmios da revista VEJA.

Em 1998, Jorjão abriu o Café do Brasil e logo em seguida o Bar do Brasil e depois o Armazém do Ferreira.
E não parou aí, abre agora no final de julho o Esplanada, aqui mesmo em Brasília, e podemos anunciar para quando setembro vier, seu novo restaurante, desta vez em São Paulo: Cervejaria Imperial, com direito a um espaço onde está sendo construído o museu da cerveja.

Nem vou falar do livro “Serra, Mar e Bar – Causos de Minas” com edição esgotada, escrito por ele e mais quatro mentirosos, porque preciso contar uma última verdade às senhoras e aos senhores: Jorjão é jogador de truco, tem como companheiro de pescaria seu amigo Luiz Inácio Lula da Silva, joga no time de Lula nas peladas de sábado no Palácio do Alvorada e comparece sempre para o joguinho com quatro quilos de uma lingüiça especial de Formiga-MG, que o Presidente a-do-ra!